segunda-feira, 30 de julho de 2007

Sol nascente

Nasce o sol em novo dia,

Traz luz calor, alegria,

E vida nova em fervor.

Bendito sejas, Senhor,

Por este dom que dá vida,

Sempre, sempre renascida,

Do teu abraço de Amor.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Jovens de todos os países, uni-vos!

Perscrutai, Senhor, conhecei o meu coração,

examinai e conhecei os meus propósitos.

Vede se é errado o meu caminho,

conduzi-me pelo caminho do que é eterno.

(Salmo 139, 23 - 24)

Depois dos conflitos sociais decorrentes da situação criada pela revolução industrial e pelo consequente desenvolvimento tecnológico dos últimos séculos, surge hoje uma nova situação de conflito entre as gerações actuais.

Aos problemas laborais e à concentração do capital, a que deu lugar uma economia que elegia como objectivo principal o máximo lucro, com grande desequilíbrio de remuneração entre os factores de produção, especialmente entre o capital e o trabalho, emergiram as ideologias messiânicas de salvação terrena.

Subverteram-se os padrões tradicionais da sociedade, e, no passado século, emergiram os efeitos sócio-culturais e políticos de duas guerras mundiais.

Seguiu-se a contenção, tensa e ameaçadora, da guerra fria. Levantaram-se os movimentos de libertação dos povos colonizados, polarizando as energias bélicas das grandes potência do mundo.

Entretanto, na China e em França, a Revolução Cultural e o Maio 68 abalam toda a estrutura intelectual e moral da sociedade.

Finalmente, o desabar do muro de Berlim, após a abertura profética da "perestroika", vem desanuviar o confronto de paz podre entre os dois grande blocos do poder mundial.

Mas cedo a face da terra se viu semeada de lutas regionais, que continuam, ainda hoje, a espalhar a doença, a morte, a destruição e a fome por milhões e milhões de vítimas inocentes.

Como consequência de tudo isto, os valores em que assentava a consistência da pessoa humana foram-se esvaindo, deixando um profundo vazio nas almas, facilmente preenchido por contravalores que deixam caminho aberto a uma desenfreada corrida aos prazeres imediatos de uma vida fácil e egoísta, desumana.

Os conflitos culturais, disparados pelas novas técnicas de comunicação, aí estão a tomar lugar, na sociedade, às lutas laborais. Se estas eram violentas, aqueles são insidiosos: penetram, subvertem, destroem, aniquilam. Criam lentamente uma nova personalidade, um novo sentir, sendo a juventude o principal objectivo da conquista - o objectivo decisivo desta nova batalha pela conquista do mundo.

Os flagelos da droga e da sida, e o aumento em espiral da criminalidade, são indicadores fatídicos desta nova era, que a Política não enfrenta com eficácia, porque não pode nem sabe. O potencial de combate dos responsáveis pela governação do mundo está minado no interior, e não possui, por isso, capacidade para exercer plenamente o seu poder de decisão.

É, então, o fim?

Não!

Ao grito revolucionário do "Manifesto Comunista" de Marx e Engels - "Proletários de todos os países, uni-vos" -, que espalhou pelo mundo inteiro uma onda de revolta e de violência contra o capital e a burguesia, importa, hoje, contrapor e bradar aos ventos, com redobrado vigor:

" - Jovens de todos os países, uni-vos!".

Uni-vos e revoltai-vos!

Contra esta onda que vos avassala e destrói;

Contra a droga, que vos arruina a vida e vos conduz à morte prematura;

Contra os prazeres fáceis da vida, que embriagam e enganam;

Contra o sensualismo libertino que vos avilta e desonra;

Contra o egoísmo, que isola, e impede a convivência social com que se edifica o futuro;

Contra a perfídia dos que vos tentam cada vez mais arrastar para os requintados e nojentos atractivos da vida nocturna dos prazeres alienantes;

Contra tudo o que pretende fazer de vós instrumento de lucro, a qualquer pretexto.

Os encontros internacionais do saudoso João Paulo II, e, recentemente, do novo papa Bento XVI, com jovens de todo o mundo, são bem esse grito de alerta, que bem se desejaria ressoasse, em eco permanente, ultrapassando todas as fronteiras:

"Jovens de todos os países, uni-vos!"

Uni-vos e buscai a felicidade dos valores morais, que esta geração de educadores que tivestes e tendes vos impossibilitou e impossibilita de conhecer;

Uni-vos pela descoberta do Homem no próprio homem, deste homem que foi criado para viver no amor e na paz com os seus irmãos;

Uni-vos pela defesa da vossa própria honra e integridade contra todos os atractivos mundanos que corroem o cerne da vossa personalidade – a alma imortal que Deus vos concedeu.

Ainda é tempo! À vossa espera, está esse Deus que tentam apagar, por todos os meios, do mais íntimo de vós mesmos. Até Ele, abre-se diante de vós um caminho esplendoroso, um futuro promissor, uma felicidade tão grande que o próprio Universo não poderá conter.

Nas vossas mãos, na vossa determinação, no vosso amor - quantas vezes incompreendido e explorado -, está a força em que reside a esperança dos povos.

"O amor salva o mundo - dizia-vos João Paulo II, em Paris - constrói a sociedade, prepara a eternidade. O amor e o serviço sejam as regras primordiais da vossa vida! Aceitando seguir a Cristo - acrescentava o Santo Padre - anunciais que o caminho do amor perfeito passa pelo dom total e constante de vós mesmos".

Jovens de todos os países, uni-vos!... - e, com Cristo e a sua Igreja, sob a protecção e guia de Maria, a Mãe de toda a Esperança e Rainha da Paz, salvai este Mundo que vos perde, e, perdendo-vos, cambaleia na borda do abismo do desespero e da tragédia.

O Futuro da Humanidade está nas vossas mãos! Não deixeis que ele se perca...

Porque não há outra alternativa!

terça-feira, 24 de julho de 2007

Oração da noite

Ao ver nos jornais o caso daquela jovem mãe, prostituída e drogada, a morrer aos poucos na exclusão social do interior de um automóvel-sucata abandonado na rua... fiquei estarrecido no mais íntimo da humanidade do meu ser.

Sou culpado!

Todos somos culpados por esse e por tantos outros casos semelhantes!...

Somos viventes autómatos, embriagados e cegos pela abundância e pelo conforto de uma sociedade de opulência, indiferentes aos gemidos e aos clamores dos que vamos lançando para a geena deste mundo.

Sucata do ferro velho da vida, dentro da sucata do que já foi conforto do prazer... e, agora, é abandono em desperdício!

Na berma da rua!

Na indiferença vil dos humanos que passam... mas já não têm alma para sentir a dor alheia! Como eu!...

Morte lenta, ambulante, apoiada num toco de vassoura...

Nem direito ao conforto de uma simples muleta de pobre... ou de uma "canadiana" de mais remediado. Triste ironia de um destino perverso e macabro.

Como posso descansar no conforto do meu leito, quando no mundo há tantos cenários de desesperança?!...

Se, hoje, nos penitenciamos pelas atrocidades da história, perpetradas sacrilegamente em Teu nome, meu Deus, que fazemos nós para que, amanhã, a vergonha não caia sobre os filhos dos nossos filhos, por não termos sabido reconhecer-Te nos mais pobres e miseráveis dos nossos irmãos?

Senhor,

Ao terminar este meu dia,

no silêncio da noite onde Tu estás mais perto e atento,

peço-Te por essa pobre mãe que se vende para sobreviver...

Que se droga para esquecer o seu infortúnio...

Que caminha para a morte...

Apoiada num pau de vassoura velha...

Porque nós, seus irmãos...

Não temos a coragem de lhe dar o apoio do nosso braço...

O conforto acolhedor que já não mora em nosso coração endurecido!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O homem... no lixo

Senhor,

Penso naquele homem

encontrado num contentor de lixo.

Tu não tinhas pedra onde repousar a cabeça...

Aquele homem não encontrou outro refúgio

para habitar,

no descanso de uma noite fria e chuvosa.

Já não basta a procura do sustento

remexendo nos detritos fétidos da lixeira...

É também no meio do lixo,

no contentor do lixo,

que um ser humano já se acolhe para repousar!...

Que fizeram os homens do Homem?

Do homem que Tu criaste, meu Deus;

do homem a quem deste o Teu perdão;

do Homem que Tu próprio foste e és,

elevando-o, por adopção,

à dignidade da filiação divina?

Homem-lixo,

carregado pelos homens do lixo,

pronto a ser lançado

na montureira imunda de um aterro...

ou, mais modernamente,

a ser triturado ou prensado

pela maquinaria, irracional,

de qualquer estação de tratamento

de "resíduos sólidos urbanos"!

Senhor!

Tem pena desta miséria de homem que eu sou.

Dá-me sensibilidade bastante

para ver em cada um dos meus semelhantes

a fisionomia do Teu rosto.

Ajuda-me a encontrar-Te

em todo o ser humano,

por mais miserável que seja...

Em todo o ser da Tua maravilhosa Criação,

do Teu mundo de Amor.

E se, por desgraça,

não Te reconhecer

no meio das pequenas cruzes

que me rodeiam nos meus dias,

leva-me então, pela mão,

a procurar-Te no mais próximo contentor de lixo...

...Onde os homens desta era

levantaram mais um Calvário

para que sejas de novo crucificado...

... no corpo desta humanidade virada em lixo.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Pastilhas para o «Stress»

Li, uma vez, numa conhecida revista de cultura geral, uma interessante história relatando o episódio de uma secretária executiva que, ao telefone, atendia uma importuna e maçadora conversa de alguém que, do outro lado da linha, despejava nos ouvidos da pobre moça todos os azedumes das suas queixas.

Enquanto ouvia o seu interlocutor, com aparente santa paciência, apenas deixando escapar uma ou outra frase curta de circunstância, para manter o contacto, a rapariga ia rabiscando algumas palavras num pequeno bloco-notas.

Intrigado com a calma demonstrada pela funcionária, o relator da história - alguém ali presente - não resistiu à curiosidade, e, pelo canto do olho, sempre lançou uma mirada ao bloco, a ver o que a rapariga ia escrevendo.

Ficou perplexo. Deparou com uma pequena litania de compreensíveis desabafos, do género: "vá para o diabo !...", "vá para o diabo!...", vá para o diabo!...".

Consta, também, que um certo professor, quando atingia o ponto de saturação perante as asneiras irritantes dos seus alunos, em vez de descarregar sobre eles toda a sua ira, dominava-se... e, dirigindo-se para junto do armário da sala, abria a porta deste, e lançava lá para dentro, baixinho, todos os impropérios que lhe bailavam na alma.

Quantas vezes, desgastados pela pressão que nos esmaga, do trabalho absorvente do dia a dia; das responsabilidades que nos limitam a liberdade de ser e de agir; das preocupações dilacerantes que cada vez mais se avolumam à nossa volta; do medo dos perigos e das doenças, enfim, de tantos e tantos motivos que hoje nos enredam a vida nas malhas da angústia, da ansiedade e das insónias, sentimos a necessidade de reparar esse estado patológico do nosso psiquismo e dos nossos nervos!... Então, procuramos refúgio na diversão de actividade, se possível, mas, frequentemente, recorremos ao consumo de fármacos que nos aliviam a tensão e nos facilitam o sono... Relaxantes.

Contudo, o essencial está em modificar as situações que nos perturbam, e isso nem sempre é fácil. Às vezes, torna-se, mesmo, uma tarefa muito difícil de conseguir.

Importa, então, enfrentar a realidade dos problemas: aprender a viver com eles, numa atitude de aceitação resignada, mas activamente esperançosa, evitando o desespero. É nessa altura que precisamos de fazer silêncio dentro do nosso íntimo, para ouvir a palavra vivificadora do Mestre:

"- Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". (Mt 11, 28 - 30).

Entretanto o salmista, avisadamente, vai-nos sussurrando:

"Se o Senhor não constrói a casa,

em vão labutam os seus construtores;

Se o Senhor não guarda a cidade,

em vão vigiam as sentinelas." (Salmo 127).

terça-feira, 17 de julho de 2007

Férias com Deus ao fundo...

Então Jesus disse-lhes:

... «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco».

S. Marcos, 6 30 - 34

O título acima é de uma crónica meditativa do saudoso Pe. Eloy Pinho, na Rádio Renascença, em 20 de Junho de 1990. Por sua vez, o Pe. Eloy transcrevia esse mesmo título de uma revista espanhola de informação religiosa, que publicava um interessante dossier sobre iniciativas diversas de carácter espiritual em tempo de férias.

Férias com Deus ao fundo!...

Quem pensa, hoje, empregar o seu tempo de férias para fazer uma curta paragem retemperadora da vida do espírito?

Neste mundo materialista em que vivemos, o mundo dos computadores e da velocidade, o mundo dos telemóveis e do stress, o mundo da excitação e do prazer, o mundo do intenso e do virtual... já se não acredita na realidade do espírito - sufoca-se o alento que dele brota, ainda, nas almas simples.

Férias com Deus ao fundo!...

Com esse Deus que fala na beleza da paisagem deslumbrante; na imensidão da noite cravejada de estrelas e nas profundezas plenas de vida das águas dos oceanos; na variedade infinita das espécies da natureza; nas fantásticas obras do engenho da inteligência humana, como emanação e reflexo da ciência divina; na bondade e no amor de tantas almas generosas em sacrifício de serviço pela humanidade!

Férias com Deus ao fundo!...

No silêncio das catedrais, onde há repouso, suavidade, paz, conforto interior, felicidade.

Férias com Deus ao fundo!...

Nos momentos de oração e reflexão, longe das multidões em frenesim; numa experiência de serviço em favor dos mais desprotegidos; numa actividade cultural ou lúdica que desvaneça freimas e preocupações doentias, para que se crie espaço a uma renovada visão das realidades que nos envolvem.

Infelizmente, a maior parte de todos nós... busca avidamente férias em tumulto de multidões, férias que cansam, férias que esbanjam, férias que apenas têm como objectivo a satisfação hedonística dos sentidos, e a preocupação cultural e escultural dos corpos.

Férias em que o espírito não conta...

Férias sem Deus ao fundo!

domingo, 15 de julho de 2007

Mais alto... que o Everest

Aquele homem apareceu desfigurado... no «écran» da televisão. Rosto queimado pelas neves eternas do Himalaia; mãos enrodilhadas em ligaduras... mas de alma rejubilante de alegria... Tentara alcançar, cada vez mais alto, os cumes do Everest ! Etapa a etapa, de plataforma em plataforma, cume após cume, o alpinista quase tinha perdido a vida. Mas o que era a morte, diante da gloriosa vitoria que tanto almejara, para aquele conquistador do “Tecto do Mundo”? Toda uma vida esforçada na ânsia de subir! Vale a pena viver, quando se alimenta na alma o fascínio pelas alturas. "- Mais alto e mais além!", É lema de quem passa pelo mundo para deixar o nome nos anais da História. E agora?!... Aquele homem fora salvo de um acidente fatal que lhe deixou marcas para a vida inteira. Desesperado? Não! Feliz! O médico dissera que ele iria ficar progressivamente menos feio. Quanto às mãos, Que o frio enregelante comera, Não sabia bem o que lhes iria acontecer. Apesar de tudo, aquele rosto negro e desfigurado... conseguia sorrir, meu Deus!...

Senhor,

Dá a todos os homens da terra

o fascínio pelas alturas...

Dá-lhes força anímica bastante

para que acima de todos os Everests da vida,

ainda que desfigurados pela injustiça

e mutilados pela desesperança,

nesta sociedade de coração petrificado e frio,

busquem a satisfação suprema do Teu amor...

Plenamente acessível

nos cumes eternos do Teu Reino...

Mais alto... que o Everest !

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Um Estado sem Alma

«... Sobretudo, o Estado não é capaz de trazer o que muitas vezes é essencial: o apoio humano, o conforto afectivo, a esperança». (António Barreto, in Público)

Poderíamos concluir, com o conhecido sociólogo, que o Estado (especialmente o Estado que temos, nós) é desumano, emocionalmente frio, dando lugar à desesperança dos seus cidadãos. E um estado desumanizado é um Estado sem alma.

O Estado é a colectividade civil organizada dos cidadãos de um país, fixa num território, com repercussões para uma comunidade humana mais alargada, identificada com esse território, mas também com a sua história, a sua língua, as suas tradições, o seu património cultural, e, até, a sua religião...

O Estado é uma emanação, natural, da sociedade, e surgiu quando os grupos humanos «entenderam» ser necessário «haver alguém» que os governasse, que olhasse pela disciplina e justiça das suas mútuas relações, que pugnasse pelo bem de todos e prosseguisse os anseios e objectivos comuns, e a defesa de suas pessoas e bens. Surgiram as lideranças pessoais, o poder dos mais capazes, desde a família, passando pelo clã e pela tribo, até aos feudos e condados, às cidades-estado e aos estados contemporâneos. O chefe, o patriarca, o suserano, o monarca... instituíam o poder pronto a dirimir, a resolver todos os conflitos, impondo regras e penalizações, cobrando a contrapartida dos impostos, muitas vezes em regime discricionário e absoluto. Hoje temos ainda, nesta aldeia global em que se tornou o mundo, convivendo lado a lado, o poder absoluto e as democracias modernas, mas mesmo nestas não morreu de todo a «tentação totalitária» de que nos fala Jean-François Revel.

A actividade do Estado é uma actividade política. Os seus actos de gestão da coisa pública, além de uma vertente administrativa, assumem um carácter... político. Política, no termo grego, significa «viver em sociedade», e G. Burdeau afirma, mesmo, que qualquer facto, acto ou situação, tem, num grupo humano, um carácter político, na medida em que traduz a existência de relações de autoridade e de obediência estabelecidas em função de um objectivo comum.

Nas democracias representativas, como a nossa, quem assume o poder de gerir o Estado são os eleitos através do voto popular nos Partidos a que pertencem. Os partidos políticos têm como militantes activos uma minoria da população, e, daqueles, é elevado à Governação do Estado o chefe do partido mais votado. Este chama à sua equipa governativa as pessoas que entende, do partido ou a ele estranhos, mas, geralmente, da mesma cor ou simpatia.

Seria suposto que o elenco que toma sobre os ombros a responsabilidade do Estado, em prol do bem comum e universal, fosse o mais capaz e competente. O sistema de escolha política, porém, não o garante, antes pelo contrário, por razões várias, das quais a de que, sendo os eleitores movidos apenas pelas promessas de alguns competidores partidários, estes nem sempre cumprem o que prometeram. E, depois, uma vez alcançado o poder, a decisão... política(!), que busca legitimidade no sufrágio, tudo justifica e permite. Em cada político habita sempre um fantasma, um alter ego ditador, que tenta subverter o poder (chamado democrático) de que está investido. Se o político tem alma forte, resiste a essa tentação, e serve o povo; de contrário, ele próprio usa o poder em seu favor, desprezando o interesse público. Ser corrupto, é também servir-se do poder e não servi-lo. Os exemplos são numerosos...

Uma lei foi considerada inconstitucional pelo tribunal competente?... Se for preciso, a Assembleia (onde o Governo tem maioria parlamentar), altera a Constituição!...

Um imposto automóvel foi considerado exagerado pela C.E., devendo os lesados ser ressarcidos?... O Governo recorre!...

Juntas médicas obrigaram a que doentes graves voltassem ao trabalho... e morreram?... O Governo, altera a lei, para que novos casos não se repitam!... Só!?... E a culpa do Estado, que a isto deu azo?!...

Anselmo Borges, padre e professor de filosofia, citando António Barreto, escreveu, no Diário de Notícias, num artigo intitulado «Abortamento e Taxas Moderadoras»:

«Começa a instalar-se o medo. Como escreveu António Barreto, há "tentativa visível e crescente de o Governo tomar conta, orientar e vigiar. Quer saber tudo sobre todos. Quer controlar." Já não pode haver um desabafo, parece estimular-se a delação, pretende-se um ficheiro dos funcionários públicos onde constem inclusivamente pormenores da vida privada dos filhos, intenta-se um processo contra o bloguista que levantou dúvidas quanto à carreira académica de um político...

E sobre a «febre» abortista que se propaga em alguns hospitais e maternidades do País, pergunta ainda, no mesmo artigo, Anselmo Borges: «... quando se lê (a portaria que regulamenta a nova lei), pergunta-se o que leva o Estado, que deve proteger a vida, a ter receio de dar directamente mais informação à mulher que quer abortar? Porquê tanto receio no aconselhamento? »...

Os bispos portugueses estão apreensivos, com várias matérias que afectam a Igreja em Portugal e os portugueses, nomeadamente as relacionadas com a Concordata e com a nova legislação sobre a Comunicação Social. Foram, finalmente, recebidos pelo Governo... Que resultados concretos que se vejam?!...

Oram bem!

Duvidamos se a nossa Democracia leva à governação do Estado os mais capazes. Ser capaz para governar uma Nação é, mesmo sendo agnóstico ou ateu, ter a competência científica, técnica, ética e moral para o desempenho das tarefas que lhe são exigidas. Mais: no mínimo, é necessário que o governante seja «Homem», integro, e tenha o bom senso de pensar que os governados também o são. E ser homem integro não é tomar como referência - como o assume o materialismo marxista - que o homem não passa de oitenta quilos de matéria – uma coisa. Para a maioria dos portugueses, o homem, cada português, com fé ou sem fé em Deus, é um ser que pensa, que comunica, que inventa, que cria, que ama, que ri, mas também que se compadece e chora - é um ser com Alma.

Pode um governante não acreditar que tem uma alma imortal que o faz vivente. Mas não lhe é lícito olhar os seus concidadãos pela mesma crença, ou descrença. A pior coisa que pode acontecer a um povo é ser governado por homens «sem alma», e que a negam, também, aos governados... É por isso que ao Governo, e a todos os «administradores» deste País, em qualquer patamar da política do Estado, fica o convite do Professor Fernando Carvalho Rodrigues:

«Convoquem a alma!» (public. Europa-América)...

É que um Estado sem alma, é um Estado sem humanidade, sem amor, sem esperança. E isso é, já, um estado de... Inferno.

Pobre do meu País!... O que foste, o que és... E o que virás a ser?

quarta-feira, 11 de julho de 2007

O sofrimento no mundo... Porquê?

O Homem foi criado para ser feliz, e a felicidade só se encontra na vivência do amor. Não há felicidade fora do amor, nem amor autêntico sem doação de si mesmo a um outro. Tanto mais elevado é o amor, quanto mais profundo é o esquecimento de si próprio, daquele que ama, em favor do enriquecimento da pessoa amada. O amor em plenitude só se realiza quando o eu se deixa absorver definitivamente no pleno tu, quando o homem reencontra o seu Destino, que é, ao mesmo tempo, a Origem donde emanou.

Se se fecha no seu ego; se faz da sua pessoa o centro de todas as coisas, e o padrão de todos os valores, o homem isola-se, não se realiza, apenas constrói, já neste mundo, a prisão de um autêntico inferno. Quem não é capaz de amar, aniquila-se a si mesmo, pela impossibilidade de encontrar referências que balizem a sua própria existência. Nessa linha se situa também o sofrimento moral provocado pela rejeição do amor oferecido, especialmente quando toca as raias da infidelidade. Nada mais atroz do que a rotura do amor entre aqueles que muito amaram. O contrário do amor é o ódio. O ódio é o paroxismo da rejeição do amor.

O sofrimento, porém, não tem em si mesmo a finalidade da sua existência. Sofrer é também caminhada de redenção, e aí se situa o seu principal valor. Sofre-se quando algo não está bem, e isso representa um aviso para correcção consequente de atitudes, para reparação de males praticados. Quando o homem não interpreta correctamente as mensagens do sofrimento, ou as despreza, então o sofrimento pode transformar-se em tortura, em pena condenatória.

O sofrimento deve ser combatido, e lutar pela eliminação das suas causas, para que ele seja evitado ou minimizado, é já uma tarefa amorosa. Não se busca o sofrimento pelo sofrimento - a não ser por doentia perversão -, mas aceitá-lo, acolhê-lo piedosamente, quando inevitável, saber viver com ele, em união com o Cristo da cruz, será, certamente e já, caminho de perfeição, ainda que pedregoso, cheio de escolhos e de espinhos - doloroso. Nesse sentido, o sofrimento redime, repara, regenera, porque é caminho de amor. A Cruz não é fim em si, mas consequência do Amor que salva («Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice, não se faça, contudo, a Minha vontade, mas a Tua» - Lc 22, 42).

Tudo custa, na vida. E, diz o povo, o que não custa não tem valor. O progresso rumo à perfeição faz-se de sucessivas perdas e transformações, frequentemente dolorosas. Os maiores dramas de todos os tempos e de todos os homens residiram sempre na ânsia de buscar o bem contra tudo e contra todos, menos suportando o seu verdadeiro preço. Assim nasceu o pecado da origem, e, com ele, todos os ódios, todas as ganâncias, todos os crimes e todas as guerras. Roubar, violentar, matar, são, afinal, dimensões desse outro lado da natureza humana, onde o ódio da revolta, da soberba e do orgulho, se sobrepõe à vocação de amor que cada ser humano traz na alma.

O sofrimento situa-se, assim, na outra face do amor. Não sabe amar quem não se dispõe a sofrer pelo amado, visto que o amor é dádiva de si mesmo, até ao sacrifício da própria vida. Só entende verdadeiramente o valor libertador do sofrimento, quem consegue viver a dimensão

criadora do amor. E, paradoxalmente, só atinge a infinitude dessa dimensão amorosa, quem mergulha na dor provocada pela ausência abrupta da pessoa amada.

Criado para ser feliz, o homem é também um ser criado para se determinar em liberdade. É esta liberdade que o torna responsável e lhe garante a autonomia personalizante. Mas é também a mesma liberdade que o leva a tomar opções: ou o caminho em que percorre, cada dia, toda a amplitude da sua humanidade; ou as tortuosas veredas que o desviam dos objectivos da perfeição, num horizonte sempre distante. E quando não quer, o homem, cumprir a vocação do seu destino, só pode, ele, encontrar a perversão da sua existência, que gera o sofrimento.

Toda a Criação está, solidariamente, marcada pelo sofrimento e pela morte. O mundo inteiro sofre em contínuas dores de parto, em transformações sucessivas, até ao termo dos seus dias. A morte é a plenitude do sofrimento. Mas o sofrimento da Natureza é regenerador, num equilíbrio eco-sistemático que só a acção do homem, por imprevidência e mau uso, desarticula. A Filosofia quis explicar este fenómeno de verificação quotidiana pela lei dos contrários. À tese, opõe-se a antítese, e do seu confronto brota a síntese, numa sucessão infinda... As religiões não desprezam essa dimensão do sofrimento, e o cristão tem presente que, se o grão de trigo que cai à terra não morrer, não dará fruto, segundo o Evangelho.

O sofrimento é, pois, dor, tormento, pena; mas é sobretudo aviso, reparação, regeneração e redenção. Quem não abraça generosamente esta segunda face do sofrimento, a autêntica, a verdadeira, a que transforma em amor e esperança o pecado e a ingratidão dos homens, sofre, verdadeiramente, atrozmente, a primeira, a que escraviza, atormenta e destrói.

Na Cruz, no alto do Gólgota, confrontam-se, em plenitude, estas duas faces da vida: o sofrimento e o amor. É nesse confronto que, pela morte de Cristo, todo o sofrimento da Humanidade encontra significado e sentido. Aí se polarizam, em plena comunhão de Amor, todas as dores e gemidos do Mundo, e aí tudo «explode» em Ressurreição para uma vida nova, a vida da vocação definitiva da Humanidade e do Universo: a Vida Eterna, onde só o Amor persiste.

Só um Homem-Deus podia assumir semelhante tarefa. Um Homem que deixou um mandamento novo a todos os seus irmãos:

"Que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei; ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos" - Jo 15, 12-13.

Enquanto e na medida em que este mandamento for letra morta, o sofrimento imperará no Mundo, mesmo o dos inocentes... Ainda que sobre estes se questionem os poetas (... mas as crianças, Senhor?!...), porque a culpa é, e só, do homem que somos!

sábado, 7 de julho de 2007

«Faz-te ao largo!...»

«Os que se fizeram ao mar em seus navios, a fim de labutar na imensidão da águas, esses viram os prodígios do Senhor e as suas maravilhas no alto mar.» Salmo 106 (107)

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Nas Margens do Lago

Depois do assassínio de João Baptista, os seus discípulos foram em busca do corpo do profeta, dando-lhe sepultura. Então vieram ter com Jesus e contaram-lhe o que tinha sucedido.

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«Quando Jesus recebeu a notícia, retirou-se de barco e foi sozinho para um lugar isolado. Mas o povo, ao saber disso, saiu das povoações e seguiu-O por terra. Assim, quando Jesus desembarcou, viu uma multidão enorme. Sentiu-se comovido com aquela gente e curou todos os doentes que lá havia (Mt 14, 13)».

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As margens de um lago, mesmo que esse lago seja do tamanho do mar de Tiberíades, ou da Galileia; ainda que esse lago tenha a dimensão do oceano, são sempre apetecíveis lugares de repouso, de tranquilidade, de reflexão.

Quem não deu já consigo mesmo a pensar na vida, sentado nos rochedos da praia, a olhar para o mar, apreciando, na quietude do espírito, o movimento rotineiro e o som monocórdico do quebrar das ondas?!...

Foi nas margens do lago que o Mestre começou a chamar os seus discípulos.

Foi nas margens do lago que o Senhor acolheu e ensinou multidões que O procuravam, famintas da Palavra que salva.

Foi nas margens do lago que Jesus curou os que estavam doentes e alimentou os que O seguiam, fazendo render até sobrar o que era pouco e não chegava para todos.

Foi nas margens do lago que o Ressuscitado reencontrou, pela terceira vez, os Seus amigos predilectos, e consignou a Pedro a suprema missão de pastor de almas.

A vida é também um lago... Grande ou pequeno... De águas tranquilas ou de ondas alterosas... Onde o sol nasce, e o sol se põe... Mas sempre com as suas margens à espera de que nos sentemos a admirar o bulir das águas e o espelhar da luz, a escutar a voz da Criação, a reflectir nos seus mistérios de sabor divino, a perscrutar as riquezas insondáveis do Infinito.

As pessoas têm, hoje, dificuldade em encontrar o «Lago» da sua existência... Deambulam por aí, a esmo, à procura de alguém que lhes fale de Deus, sem quererem admitir essa realidade... Que lhes mate a fome da alma, sem que a reconheçam... Que lhes cure as doenças que dilaceram as mais íntimas entranhas do seu ser.

Procuram avidamente uma resposta para as suas angústias, uma solução para os seus problemas, uma réstia de esperança para os seus becos sem saída. No fundo, clamam pelo transcendente, embora apenas busquem alguma paz e felicidade, a qualquer custo. Seguem o primeiro charlatão que lhes apareça e lhes encante os ouvidos ou deslumbre o olhar... Alguém que lhes prometa ou ofereça alguma satisfação, ainda que só por uma noite, só por uns momentos fátuos que logo se extinguem no desespero que volta.

Têm ânsias do Além, mas contentam-se com aberrantes sucedâneos enganadores, pequenos deuses arquitectados à medida de cada gosto... Ídolos! Não têm tempo para ouvir a palavra do Mestre, que apenas ecoa nas tranquilas margens do lago, ou nas suaves encostas da montanha, à distância de todo o barulho que entontece e do desatino das multidões... Longe do consumismo moderno e do frenesim alienante das diversões nocturnas... Fora de toda a poluição moral e física do ambiente em que vivem, hoje, até na escola... e na família.

O homem actual tem necessidade de reencontrar as margens do seu próprio lago, do “Lago” da sua vida, e descobrir o Mestre da Galileia, sentado na borda do seu próprio barco... Qual murmúrio da brisa vespertina, escutará, então, as inefáveis palavras que só esse Jesus de Nazaré é capaz de proferir, para dissipação dos seus tormentos interiores e de todos os desgostos... Palavras de esperança, palavras de amor e de salvação, nas quais os pobres e humildes da terra, os doentes e os injustiçados de uma sociedade cada vez mais madrasta e fria, os aflitos e perseguidos pelos terrores de um futuro de incerteza e de ameaça, encontrarão alívio e força para continuar a caminhada da vida...

...que será, então, de vitória, por mais agressivos que sejam os escolhos e os espinhos que surjam a dificultar o caminho.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

À Senhora da Saúde

Ó Senhora da Saúde, Nos Carvalhos venerada... Em Tua solicitude, Olha para mim, que doente, Te levo uma prece ardente, No Teu poder confiada. Senhora e Mãe formosa, Nesse Monte do Murado... Mãe que foste dolorosa, Ouve as preces de quem chora, E Te pede muito, agora... Faz com que eu fique curado! Mãe do Céu, Virgem das dores, Teus olhos de compaixão, Prometem-me os teus favores... Junto de Ti eu espero, E cheio de fé venero Teu bondoso coração. Assim fico, ó Mãe clemente, Ao pé de Ti, a rezar. Tu me ouves, docemente... No Céu Teu filho sorri E a minha prece, por Ti, Ele vai, mesmo, escutar. Quem para Ti se encaminha Alcança sempre virtude... Graças, pois, Senhora minha, Ó Senhora da Saúde, Nos Carvalhos venerada, E por todos sempre amada!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Saudade

Recordo, nesta praia, junto ao mar, O meu amado filho Manelito. Entrava pelas ondas a saltar... De quando em vez, ofegante e aflito. * Agora vão-se os anos já passados E lembro com saudade, nostalgia, Tantos dias felizes, de alegria, Que trago na memória bem guardados. * Queria vê-lo de novo, sorridente, De coração bondoso, aberto em par, Da espuma alva das ondas emergindo!... * Para junto do Senhor, que é Pai clemente, Partiu, em certa noite..., para ficar No Céu, aos pés de Deus, por nós pedindo.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Um Pôr-de-Sol africano

Surgiste suave, sereno, Ao longe, de manhã, pela frescura. Deste os bons dias em tom ameno; Mandaste calor, vida pura. *** Deste ao mundo luz brilhante; Deste beleza sem par. Mas agora vais distante... Já não te vejo raiante, Vais-te embora... Vais para o mar. *** Com pena de ti, rosado, Todo o céu fica em tristeza. Beijaste-o, envergonhado, Mas ele chora, coitado, Vai perder sua beleza. *** Meus olhos seguem também Teu rasto no fim do dia. E a crua saudade vem Mergulhar-me em nostalgia... *** Lembro meus pais, meus irmãos... Minha noiva – oh!, Senhor! Que não sejam todos vãos Meus passos que nestes chãos Deixam pegadas de amor! *** E o Sol vai... Já não espera... Vai fugir, fugir do céu... Como eu também quisera Fazer dele uma galera E partir... ver o que é meu!... *** Mas ele vai... vai sozinho... Sozinho, por esses ares... Dois anos, nesse caminho, Dia a dia, de mansinho, Vens e vais sem me levares!... *** Se passares à minha terra, Diz aos que choram por mim: - Ele está longe, na guerra, Mas seu peito ainda encerra Força que o leve ao seu fim... *** E diz que o meu coração Não esquece ninguém que ama. A Deus, na minha oração, Por todos levo intenção, Nesta empresa que me chama! *** Enfim... A luz se fenece... E o dia morre em seu dano! Teu rosto desaparece... A noite na terra cresce... Um Pôr-de-Sol africano!... *** Angola, 27 Jan 63 *** V.S.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

A faina acabou

O Sol vai-se deitar, Ainda tem a luz acesa... Para todo o céu pintar Com cores de grande beleza. Estás cheio de soninho... Dorme bem, sem ressonar!... E amanhã, bem cedinho, Voltas de novo a brilhar! Astro rei, que nos dás vida, Com tua luz e calor, És a imagem bem sentida Do nosso Deus, Criador. Santa noite! Bom descanso! Que os anjos vão-te cantar, Baixinho, suave e manso, Uma canção de embalar.

Sol de Inverno

Vejo o sol, da minha janela Pôr-se no mar. Sol de Inverno! Cor de canela, Laranja a brilhar, Doce e terno. Vejo o sol da minha janela... Nostalgia e sonho, Esperança e saudade! Natureza bela, Céu de fogo, medonho, Pureza e verdade! Vejo o sol, da minha janela Em braseiro forte. O dia acabou. Estrela do Norte Teve mais sorte: No céu ficou... E o sol levou. O mar... escurece. O dia se esvai. Horizonte em cor. A noite aparece Em manto que cai... Afago de amor!

Canção ao Sol, de criança.

Quando o sol nasce Lá na serra, Toda a gente diz: Bom Dia! E, depois, envergonhado, Ele sobe para o céu. Ao meio dia, faz calor. Pela tarde fora, vai para o mar... E, depois, à noite, vai-se deitar. Volta, Sol... Dá, alegria! Deixa a noite E traz o dia! Deixa a noite... e traz o dia... (adormece)

Saudação à Primavera

Primavera 21 de Março 2007 Já chegou a Primavera, De noite, de madrugada. Quem me dera, quem me dera Recebe-la... à chegada! Só agora, de manhã, A vi no céu tão azul, E a luz do sol nos dá, Brilhante, de Norte a Sul. Ó primavera da vida, Que me foges, anos fora, Deixa que esta, sentida, Fique em meu peito, agora! Toda a Natureza em flor... E a passarada a cantar; Alegria, sons e cor, Ao nosso Deus a louvar. Quero a Ele agradecer, Primaveras que vivi, E cantar até morrer Alegrias que senti. A vida é tempo que passa... Quem me dera, quem me dera!... Que fosse sempre, por graça... Fosse sempre... Primavera!